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O IGPOTY – Internacional Garden Photographer of the Year divulga as imagens vencedoras da sua 11ª edição nesta sexta-feira. O IGPOTY continua a ser uma das competições e exposições de fotografia mais respeitadas do mundo, particularmente nos gêneros de jardim, planta, flor e fotografia botânica. Tal qual, está dividida em várias categorias distintas, além de premiações especiais. Seu corpo de jurados é formado por fotógrafos especialistas em botânica, editores, botânicos e curadores de arte.
Os vencedores de cada categoria concorrem ao Overall Winner também. Ou seja, o prêmio máximo e o título de Internacional Garden Photographer of the Year. A premiação é de 7500 libras esterlinas em dinheiro. Além disso, a fotografia vencedora tem destaque na exposição e no livro anual da competição, com extensa cobertura da imprensa.
O fotógrafo com o melhor portfólio composto por 6 imagens temáticas de uma das principais categorias é premiado com a The Royal Photography Society Gold Medal. Assim também, recebe mais 2000 libras esterlinas em dinheiro.
As imagens vencedoras das categorias principais, as dos portfólios e as dos prêmios especiais serão expostas no evento de inauguração da exposição principal no Royal Botanic Gardens em Kew (Richmond, London, United Kingdom) de 10 de fevereiro a 11 de março de 2018. Eventualmente, exposições paralelas são realizadas e programadas durante o ano na Europa e em vários locais do Reino Unido. As exposições têm como objetivo ampliar a compreensão do mundo natural e inspirá-lo a ver nosso planeta verde com beleza renovada e importância. Então, imagens de todo o Reino Unido e de outros países como Irlanda, EUA, Alemanha, Dinamarca, Croácia, Brasil, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Taiwan, China, Singapura, Tailândia e Indonésia podem ser apreciadas.
Marcio Cabral leva o maior prêmio do IGPOTY
O fotógrafo brasileiro Marcio Cabral foi o primeiro lugar na Categoria Wildflower Landscapes. Assim, ele se credenciou a concorrer e ganhar o Overall Winner da 11ª edição do IGPOTY com a imagem Cerrado Sunrise clicada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Alto Paraíso de Goiás/GO, Brasil). É a primeira vez que um brasileiro vence esta competição. Além disso, Marcio Cabral ganhou o terceiro lugar na Categoria Black & White e foi finalista na Categoria Trees, Woods & Forests.
De acordo com Tyrone McGlinchey, diretor do IGPOTY, Marcio Cabral capturou uma visão espetacular da vida vegetal no cerrado, exibindo as belas flores de Paepalanthus chiquitensis que se estendem em inúmeros filamentos para a primeira luz do sol nascente. Tal qual, a imagem é artística e tecnicamente brilhante, implantando excelente uso e compreensão do equipamento, processos pós-captura, cor e exposição. Ela tem a capacidade de nos fazer sentir renovados e maravilhados, como se experimentássemos a vida vegetal neste planeta pela primeira vez. Por fim, complementou dizendo que à medida que os ecossistemas, como o cerrado brasileiro, estão sob ameaça, esta imagem nos obriga a documentar, compreender e proteger nossas paisagens vulneráveis com uma paixão ainda maior.
A imagem vencedora é brilhante tecnicamente ao mostrar controle de contraste e exposição excelente por parte do fotógrafo, além de uma composição impecável. Assim, os jurados sentiram uma conexão real com a imagem dos filamentos e cabeças de flores sem fim que se estendem até o horizonte.
O prêmio conquistado por Marcio Cabral no IGPOTY repercutiu na imprensa nacional e internacional, como O Globo, BBC e The Telegraph.
Fotografia e conservação no IGPOTY
As flores do gênero Paepalanthus são as preferidas de Marcio Cabral quando está na Chapada dos Veadeiros. Assim também, ele as fotografa a mais de uma década, todos os anos. As fotografias feitas destas plantas já renderam dezenas de prêmios em todo o mundo ao fotógrafo brasiliense, incluindo três títulos absolutos. O amor de Marcio Cabral pelo Cerrado possui um forte significado botânico, ainda mais quando as imagens dessas flores promovem mundialmente o ecossistema brasileiro.
Além disso, a imagem vencedora e outras milhares de fotografias desta vertente possuem pontos interessantes para discutir a conservação na América do Sul ou qualquer lugar do planeta. Contudo, a escala e o impacto de sua presença aumentaram a sensação de intemporalidade. Esse sentimento faz eco do fato de que conservar e viver em harmonia com plantas e natureza é um processo que não possui um ponto final. “Devemos continuar a levar esse sentimento até o futuro, aonde quer que vamos”, concluíram os jurados da 11ª edição do IGPOTY.
Paepalanthus e o futuro
“As plantas individuais são encontradas com flores e frutas ao longo do ano, especialmente após a estação chuvosa. As flores são polinizadas por besouros, vespas e moscas. Uma vez que a planta reproduziu ou estabeleceu semente, ela morre”, disse a Profª Ana Maria Giulietti, especialista em Paepalanthus e associada da equipe das Américas do Departamento de Identificação e da Kew Gardens.
Com grandes populações e uma ampla distribuição geográfica, a Paepalanthus chiquitensis não está ameaçada de extinção. Porém, o avanço acelerado das monoculturas no Cerrado causa preocupação para o futuro.
